Lula é escolhido personagem do ano pelo 'El País'
11 de dezembro de 2009 • 11h56 • atualizado às 12h16
O perfil de Lula fará parte de um suplemento especial elegendo "Os 100 do Ano" entre homens e mulheres ibero-americanos que marcaram 2009. O artigo será publicado pelo El País no domingo, mas foi antecipado por sua versão digital.
O encarregado de traçar o perfil do presidente brasileiro foi Zapatero, que lembra que o conheceu em setembro de 2004, após a incorporação da Espanha à Aliança Contra a Fome, liderada pelo presidente brasileiro, em uma cúpula organizada pelas Nações Unidas em Nova York. "A ocasião não podia ter sido melhor", disse.
O presidente espanhol considera que o Brasil "é um dos países emergentes que conta com uma democracia consolidada e está chamado a desempenhar nas décadas seguintes uma crescente liderança política e econômica no mundo, como já vem fazendo na América Latina com notável acerto".
O artigo de Zapatero afirma que "Lula tem o imenso mérito de ter unido a sociedade brasileira em torno de uma reforma tanto ambiciosa quanto tranquila. Está sabendo, sobretudo, enfrentar, com determinação e eficácia, os desafios da desigualdade, da pobreza e da violência, que tanto lastreou a história recente do País".
Ele diz que, "como consequência disso, sua liderança goza hoje no Brasil do respaldo e do apreço majoritários, mas mais importante ainda é a irreversível aceitação social de que todos os brasileiros têm direito à dignidade e à autoestima, por meio do trabalho, da educação e da saúde".
No plano internacional, o presidente espanhol afirma que nos sete anos da presidência de Lula, o Brasil "ganhou a confiança dos mercados financeiros internacionais, que avaliam a solvência de sua gestão, a capacidade crescente de atrair investimentos diretos, como as efetuadas por várias companhias espanholas, e o rigor com que administrou as contas públicas".
Zapatero define Lula como um "homem honesto, íntegro, voluntarioso e admirável". Após dizer que o Brasil ocupará em breve um lugar no Conselho de Segurança da ONU, que está a ponto de se transformar em uma potência energética e que em 2014 receberá a Copa do Mundo, Zapatero faz referência à reunião de outubro, em Copenhague, quando o Rio de Janeiro foi eleita cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
"Lula chorava de felicidade, como uma criança grande, porque o Rio de Janeiro acabava de ser escolhida cidade organizadora dos Jogos Olímpicos de 2016. A euforia que o inundava não o impediu de ter o valor necessário para vir me consolar porque Madri não tinha sido escolhida", afirma. "Não me estranha que este homem impressione o mundo."
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